Transtorno de Ansiedade

A ansiedade é uma reação natural diante de sinais que indicam que uma situação ameaçadora se aproxima. Assim como o medo, que prepara o indivíduo para enfrentar ou escapar do perigo, a ansiedade exerce um importante papel de preservação em nosso cotidiano. Ficar ansioso diante de uma tarefa pode aumentar, de maneira benéfica, nossa atenção e desempenho. Ansioso pelos resultados, um profissional pode se preparar melhor para uma reunião e um aluno pode estudar de forma mais atenta para uma avaliação. Nestes casos estamos diante de uma ansiedade ‘funcional’ – útil e necessária. Observamos, entretanto, que em alguns casos a ansiedade experimentada pelo indivíduo é tão intensa que prejudica seu funcionamento ou causa sofrimento significativo. Nesses casos podemos afirmar que a ansiedade se tornou patológica, caracterizando um transtorno de ansiedade.

De acordo com a 5ª edição do Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria, os Transtornos de Ansiedade incluem transtornos que compartilham características de medo e ansiedade excessivos e perturbações comportamentais relacionados. Os sintomas podem ser divididos em: sintomas subjetivos, referentes à percepção de sensações desconfortáveis como angustia, inquietação, preocupações excessivas, medo ou pavor; e sintomas físicos referentes às sensações corporais como aperto no peito, palpitação, falta de ar, náusea, cólica abdominal, transpiração excessiva, tontura, tremores, calafrios ou formigamentos.

Imagem Transtorno de Ansiedade
Transtornos de Ansiedade (DSM-5)
Transtorno de Ansiedade de Separação
Mutismo Seletivo
Fobia Específica
Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)
Transtorno de Pânico
Agorafobia
Transtorno de Ansiedade Generalizada
Transtorno de Ansiedade Induzido por Substância/Medicamento
Transtorno de Ansiedade Devido à Outra Condição Médica
Outro Transtorno de Ansiedade Especificado
Transtorno de Ansiedade Não Especificado

O DSM-5 apresenta uma lista de diagnósticos que compõem o capítulo dos Transtorno de Ansiedade, alguns serão descritos de forma sucinta nesse texto. Apesar de compartilharem algumas características comuns ao grupo o Transtorno Obsessivo-Compulsivo e o Transtorno de Estresse Pós-Traumático não são mais classificados como Transtornos de Ansiedade.

  • Fobia Específica: a pessoa vivencia medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação específica, esforçando-se para evitá-los (ex.: voar, altura, animais, injeção, sangue e ferimentos).
  • Transtorno de Ansiedade Social (Fobial Social): a pessoa vivencia medo ou ansiedade acentuados acerca de situações sociais em que há possibilidade de se expor à avaliação de outras pessoas, esforçando-se para evita-las.
  • Transtorno de Pânico: a pessoa sofre ataques de pânico recorrentes e inesperados, sem identificar o que desencadeia a crise. Os sintomas mais frequentes durante o ataque são: aperto ou dor no peito, palpitações, falta de ar ou sensação de sufocamento, tontura e formigamentos. É comum que o indivíduo sinta muito medo de morrer, perder o controle ou enlouquecer. Surgem preocupações persistentes sobre novos ataques de pânico ou mudanças ‘mal adaptativas’ do comportamento relacionadas com os ataques (ex.: evitar locais em que sofreu ataques de pânico, evitar lugares com muitas pessoas, não sair de casa desacompanhado, etc.)
  • Transtorno de Ansiedade Generalizada: a pessoa se percebe constantemente ansiosa, com preocupação excessivas, frequentes e de difícil controle sobre diversos assuntos cotidianos. Observam-se sintomas físicos e emocionais como inquietude, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e perturbações do sono.

Os Transtornos de Ansiedade causam sofrimento e prejuízos para o indivíduo, por isso o tratamento é indispensável. Existem peculiaridades que diferenciam os transtornos citados e isto pode implicar em diferenças na forma como cada diagnóstico é tratado. De forma geral, é possível afirmar que os resultados mais efetivos e duradouros são obtidos com a associação de tratamento medicamentoso e psicoterapia. Os medicamentos de primeira linha para o tratamento dos Transtornos de Ansiedade são os antidepressivos. Ansiolíticos são eficazes, especialmente nos sintomas agudos, mas devem ser utilizados com muita cautela devido ao risco de dependência. Os antidepressivos são divididos em diferentes classes, com medicamentos que variam quanto à efetividade e efeitos colaterais. Fármacos de outras classes também podem ser utilizados de acordo com o diagnóstico e caso específico. Os tratamentos psicoterápicos com o maior nível de evidência são a terapia comportamental e a terapia cognitivo-comportamental. É fundamental que o tratamento seja conduzido por profissionais competentes e habilitados em suas áreas de atuação. Eles também poderão oferecer maiores informações sobre o transtorno e orientar os pacientes e seus familiares sobre como lidar com o problema.

Se você está sofrendo com os sintomas descritos neste texto procure tratamento. Se conhece alguém que se encaixa no diagnóstico de algum Transtorno de Ansiedade oriente-o a buscar ajuda.