Transtornos Alimentares

Anne começou com uma dieta, mas quase morreu.

Com 16 anos de idade, Anne pesava 55Kg. Mas, um garoto disse que ela não havia sido convidada para um baile da escola porque era gorda. Ele estava apenas a importunando, mas ela levou isso a sério e começou a contar calorias.

Primeiro, Anne parou de almoçar. Na primavera, quando os maiôs apareceram nas lojas, ela parou de tomar café da manhã. Ela pesava obsessivamente sua comida e contava as calorias. No verão, estava consumindo apenas 300 calorias por dia; ela pesava 46,5 Kg. Enquanto seus pais e amigos lamentavam sua aparência, Anne se horrorizava com as “ondulações de gordura” em suas pernas e barriga.

Ela se recusou veementemente a consultar um médico até desmaiar enquanto entrava no ônibus escolar e cortar a testa. O médico do pronto socorro reconheceu que Anne tinha anorexia nervosa e imediatamente internou-a no hospital.

Imagem Transtornos Alimentares

Laurie, uma ginasial, adorava festas, especialmente quando “descobriu” sua própria resposta para o controle de peso. Depois de engolir várias rosquinhas, bolos e um pacote inteiro de salgadinhos, ela discretamente ia ao banheiro e provocava o próprio vômito. Era o ajuste perfeito entre sua inabilidade em controlar a vontade de comer e seu desejo de perder peso.

Mas, depois de vários meses de alimentação excessiva seguida por vômito provocado em si mesma, a garganta de Laurie ficou inflamada. Ela ficava irritada e deprimida frequentemente. Ela não conseguia parar seus exageros nem manter a comida em seu estômago depois de uma refeição normal.

Ela finalmente admitiu sua rotina de ingestão-eliminação para seu médico, que diagnosticou bulimia nervosa e encaminhou Laurie a um psiquiatra. Foi elaborado um plano de tratamento que ajudou Laurie a retornar aos hábitos alimentares saudáveis e normais.

Essas jovens têm transtornos alimentares, doenças nas quais elas se tornam obsessivas com comida e com seu peso. Os transtornos alimentares afetam cerca de meio milhão de pessoas em algum momento, mais frequentemente jovens mulheres entre os 12 e os 25 anos de idade.

As pessoas com transtornos alimentares tendem a ser perfeccionistas que sofrem de baixa autoestima e são extremamente críticos consigo mesmos e com seus corpos. Eles se “sentem gordos” e se vêem acima do peso, às vezes até ignorando uma magreza que os coloca em risco de vida. Soma-se seu medo intenso de ganhar peso ou estar acima do peso à negação do problema.

Sem o tratamento dos sintomas emocionais e físicos dessas doenças, a desnutrição, os problemas cardíacos e outras condições potencialmente fatais podem surgir como resultado.

 

Anorexia Nervosa

A anorexia nervosa aflige uma em cada 100 meninas e jovens mulheres. Ela é diagnosticada quando os pacientes pesam, no mínimo, 15% menos do que o peso normal para sua altura e estatura. As pessoas com anorexia nervosa não mantêm um peso normal porque elas se recusam a comer o suficiente, muitas vezes se exercitam obsessivamente, e, às vezes, usam laxantes ou provocam o próprio vômito.

Com o passar do tempo, indivíduos com anorexia nervosa desenvolvem todos os sintomas de inanição. Como o corpo conserva seus recursos, a menstruação pára e os ossos começam a perder cálcio. Se a doença é prolongada, a osteoporose (afinamento dos ossos) se desenvolverá. Os índices de respiração, pulso e pressão sanguínea caem. Cabelos e unhas tornam-se quebradiços. A pele resseca e se torna amarela.

Indivíduos com anorexia nervosa podem sofrer de prisão de ventre. Como seus corpos perdem gordura, sua temperatura interna cai, tornando-os menos tolerantes ao frio. Frequentemente se desenvolve a anemia branda e os músculos se desgastam.

Enquanto seus corpos lutam para sobreviver, as pessoas com anorexia nervosa sentem letargia, perda de interesse, sentimentos de inutilidade e desesperança crescentes, e outros sintomas que os desencorajam a procurar tratamento.

 

Bulimia Nervosa

Embora eles possam frequentemente estar de dieta ou se exercitem vigorosamente, indivíduos com bulimia nervosa têm peso normal ou são um pouco obesos. As pessoas com bulimia nervosa diferem daquelas com anorexia nervosa porque elas frequentemente cometem excessos alimentares, no mínimo, duas vezes por semana por, no mínimo, três meses seguidos.

Durante tais excessos, as vítimas podem comer uma quantidade assombrosa de comida em um curto período. Elas podem consumir milhares e milhares de calorias em comidas ricas em açúcar, carboidratos e gordura. Elas, muitas vezes, comem tão rapidamente que podem nem se importar em mastigar, mas simplesmente engolir a comida sem sentir seu gosto. Seus excessos terminam somente quando são interrompidas por outra pessoa, quando caem no sono ou seu estômago dói pela hiperextensão. Nesse momento, a dor ou o medo de ganhar peso impulsiona os que tem bulimia nervosa à eliminação através do vômito ou do uso de um laxante. Este ciclo pode se repetir várias vezes na semana ou, em casos graves, várias vezes ao dia.

Muitas pessoas não sabem quando um membro da família ou um amigo tem bulimia nervosa. Diferentemente dos que têm anorexia nervosa, eles, muitas vezes, não perdem quantidades significativas de peso. Mas a bulimia nervosa tem sintomas que devem levantar suspeitas. Aqueles que eliminam pelo vômito sofrem de garganta cronicamente irritada e inflamada. As glândulas salivares no pescoço e na mandíbula ficam inchadas. As bochechas e o rosto tornam-se “fofos”, parecendo até mais gordos que o normal. O esmalte dos dentes se desgasta e os dentes, especialmente os da frente, começam a ter muitas cáries por estarem constantemente expostos ao ácido do estômago.

As pessoas com bulimia nervosa que abusam de laxantes desenvolvem problemas intestinais, devidos à irritação constante do cólon e à diminuição de minerais importantes do corpo. Problemas renais resultam do abuso de diuréticos.

Em casos graves, a bulimia nervosa causa desidratação e desequilíbrios dos eletrólitos e minerais que são essenciais à função nervosa e muscular.

 

Tratamentos

Os transtornos alimentares ilustram claramente a relação entre a saúde emocional e a física. Restaurar simplesmente uma pessoa ao peso normal ou terminar temporariamente com o ciclo de excessos e eliminações não resolve os problemas emocionais sublinhados, que causaram ou ficaram priores com o comportamento alimentar anormal.

A psicoterapia ajuda os indivíduos com transtornos alimentares a entender as emoções que disparam esses distúrbios, a corrigir a autoestima distorcida, a superar os medos mórbidos de ganho de peso, a mudar os comportamentos obsessivos-compulsivos relacionados à comida e ao comer, e a aprender comportamentos alimentares apropriados.

Por causa dos efeitos físicos das doenças, é importante que qualquer plano de tratamento para uma pessoa com anorexia ou bulimia nervosa inclua supervisão nutricional e aconselhamento nutricional, para começar a reconstruir a saúde física e estabelecer práticas alimentares sadias.

Antidepressivos são prescritos comumente para pessoas com transtornos alimentares e depressão. Os pacientes com bulimia nervosa que tomam medicamentos antidepressivos podem sentir-se melhores a respeito de si mesmos, tem uma melhora em sua autoestima e senso de controle, e reduzem notadamente seu comportamento de excessos e eliminações. Outras medicações podem ajudar aos que se recuperam de anorexia nervosa a reterem o peso ganho e a reduzir seus pensamentos obsessivos e comportamentos compulsivos.

Os transtornos alimentares são doenças complexas que requerem tratamento intensivo. Entretanto, as pessoas com transtornos alimentares têm uma chance excelente de recuperação total, especialmente se sua doença é reconhecida no início.