Transtorno Obsessivo Compulsivo

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é um tipo de transtorno no qual obsessões e compulsões consumidoras de tempo interferem significativamente na rotina da pessoa, tornando difícil trabalhar e/ou ter uma vida social normal e/ou relacionamentos. O TOC pode surgir em qualquer idade, frequentemente começa na adolescência ou no início da vida adulta. É igualmente comum em homens e mulheres, e desconhece fronteiras geográficas, étnicas ou econômicas.

 

Obsessões

Obsessões são pensamentos constantes, importunos, indesejados e que causam emoções aflitivas, como ansiedade ou aversão. As pessoas que sofrem de obsessões reconhecem que essas imagens persistentes são um produto de suas próprias mentes e são excessivas e irracionais. Mesmo assim, esses pensamentos não podem ser organizados através da lógica ou da razão. Por exemplo, algumas pessoas podem temer constantemente fazer o mal ou ferir a eles mesmos ou a outros, ou se preocupar que eles podem violar normas sociais através de juramentos ou fazendo investidas sexuais. Outros se preocupam com germes e contaminação.

Imagem Transtorno Obsessivo Compulsivo

A maioria das pessoas se acostuma rapidamente com uma experiência que parece ser somente uma ameaça. Depois de uma exposição repetida a ela, eles acabam não se sentindo mais ameaçados por isso. Pessoas com TOC continuam a sentir esses sentimentos ansiosos de ameaça e não percebem que a “ameaça” pode ser mínima. No decurso de vários meses, esses sentimentos se transformam em uma obsessão, que se torna uma ameaça em si própria. Muitas vezes, pessoas com TOC percebem que comportamentos repetitivos (rituais) diminuem sua preocupação, e, assim, sentem-se compelidos a repeti-los para reduzir seu desconforto.

 

Compulsões

Compulsões são urgências em fazer algo para diminuir o desconforto, causado normalmente por uma obsessão. Os rituais são os comportamentos que as pessoas adotam em resposta à compulsão. Nos casos mais graves, uma repetição constante dos rituais pode preencher o dia, tornando impossível uma rotina normal. Em adição a angústia que esses rituais causam, há o conhecimento de que as compulsões são irracionais.

  • Limpeza – Provocados pelo medo de que germes reais ou imaginários, sujeira ou substâncias químicas irão “contaminá-los”, alguns passam horas e horas se lavando ou limpando suas redondezas.
  • Repetir – Para dissipar a ansiedade, alguns completam um nome, frase ou comportamento várias vezes. Eles sabem que essas repetições não irão, na verdade, protegê-los de perigos, mas sentirão medo do mal se eles não o fizerem.
  • Completar – As pessoas com esta compulsão têm que executar séries de procedimentos complicados em uma ordem exata ou repeti-los novamente e novamente, até que consigam fazer perfeitamente.
  • Conferir – O medo de se prejudicar o de prejudicar a outros, esquecendo de trancar a porta ou de desligar o fogão a gás, transforma-se no ritual de conferir. Outros refazem repetidamente as rotas pelas quais dirigem para ter certeza de que não machucaram ninguém nem causaram nenhum acidente.
  • Ser meticuloso – Embora limpeza e arrumação não signifiquem um transtorno, alguns indivíduos com TOC desenvolvem uma preocupação impressionante sobre onde as coisas ficam em uma mesa ou a aparência de um cômodo.
  • Evitar – Aqueles que evitam compulsivamente ficam longe da causa de sua ansiedade e de tudo a ela relacionada.
  • Armazenamento – Uma das compulsões menos comuns, o armazenamento secreto envolve a coleção constante de itens inúteis. Pessoas com essa compulsão podem colecionar qualquer coisa – pedaços de papel, jornais, roupas, recipientes, latas, pedras, lixo, até excrementos – a um ponto em que cômodos ficam cheios, passagens bloqueadas e aparecem riscos à saúde.
  • Lentidão – Também uma compulsão bastante incomum que atinge, em sua maioria, homens. Esta compulsão faz com que as pessoas realizem certas tarefas muito, muito devagar.
  • Outras variedades de compulsões incluem rezar excessiva e ritualmente, contar e fazer listas.
 

Tratamentos

Terapia Comportamental

Um dos tratamentos mais eficazes é um tipo de terapia comportamental conhecida como exposição e prevenção da resposta.

Durante as sessões do tratamento, os pacientes são expostos às situações que fazem emergir suas ansiedades e provocam comportamentos compulsivos ou rituais mentais. Através dessa exposição, os pacientes aprendem a diminuir e então parar com os rituais que atormentam suas vidas. Eles percebem que a ansiedade que surge de suas obsessões diminui sem que eles desenvolvam um comportamento ritualístico. Por exemplo, a terapia para uma pessoa compulsiva com limpeza que, anteriormente, não podia mexer em dinheiro sem lavar as mãos, pode envolver contar notas de dinheiro sem lavar as mãos.

A técnica funciona bem para os pacientes cujas compulsões são centralizadas em situações que podem ser facilmente recriadas. Alguns aderem aos rituais compulsivos porque temem eventos catastróficos que não podem ser recriados. A terapia para esses pacientes deve se basear mais na imaginação da exposição às situações produtoras de ansiedade.

Durante a terapia comportamental, o paciente segue diretrizes ou um “contrato” no qual o psiquiatra e o paciente concordam. Por exemplo, o contrato pode esboçar se o paciente pode realizar qualquer parte do seu comportamento ritualistico e, se puder, por quanto tempo e sob quais circunstâncias. Um lavador compulsivo pode concordar em tomar banho em apenas dez minutos por dia. Os que têm compulsão em conferir podem ser autorizados a conferir a tranca da porta, os fornos a gás, ou as facas somente uma vez por dia.

Estudos mostram que a terapia comportamental pode reduzir eficazmente o comportamento compulsivo e pode diminuir significativamente as chances de recaídas. Mas a terapia comportamental depende da vontade do paciente em participar e da habilidade em manter sua parte no contrato de tratamento. Durante a terapia, o profissional treina o paciente para lutar contra a compulsão. Frequentemente, membros da família também treinam e apoiam seus entes queridos em continuar com sua terapia.

 

Medicação

Muitos estudos indicam que a terapia comportamental é bem-sucedida para 50% a 90% dos que tem TOC. Entretanto, alguns pacientes não concordarão em participar da terapia comportamental porque ela pode ser difícil. Outros têm também depressão, que deve ser tratada simultaneamente, com medicações apropriadas ao paciente.